sábado, 30 de julho de 2011

Brigadeiros



O MEU CÉU DE BRIGADEIRO

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Acho que a primeira vez que essa expressão “céu de brigadeiro” me chamou atenção foi na ocasião do lançamento do primeiro disco de Stela Campos, uma cantora (que eu gosto muito) do underground paulista que morava em Recife numa época bem efervescente musicalmente, do meio pro fim dos anos 90. Eu lembro que achei massa o nome do disco e ficava pensando que se devia a beleza bem particular do céu de São Paulo, com tantas cores, nuvens e sabores nos fins das tardes de sol (taí uma coisa linda nessa cidade, aqui tem ”os céus” mais incríveis que já vi na vida).
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Fiz essa associação automática com a imagem do céu e o doce mais tradicional das festas de criança e durante muito tempo achei que a expressão “céu de brigadeiro” era usada quando a gente queria falar de algo bem delicioso, bom e acalantador, como é esse gostosura chamada brigadeiro (no sul chama-se negrinho).
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Aí dia desses a ficha caiu. Parece mentira mas não é, pois eu sempre me achei tão certa do significado dessa expressão que nunca atentei para o real e óbvio significado. Estava eu no banheiro da casa de Clarice, lá no tradicional edifício Bahia no RJ, naquele momento de leitura intestinal, folheando uma revista sobre a Língua Portuguesa, quando de repente leio a explicação da origem da expressão, que era uma coisa mais ou menos assim:
” «Céu azul de brigadeiro» (ou simplesmente «céu de brigadeiro») é uma expressão da gíria carioca dos anos 40/50 do século passado que significa «jogar pelo seguro»; que tudo está bem, conforme, calmo; que não há perigo nem chateação à vista. No Brasil, brigadeiro é a patente máxima da arma de Aeronáutica, equivalente à de general no Exército e de almirante na Marinha. E como é só só com céu azul - ou seja, limpo, sem nuvens que se vejam no horizonte - que o brigadeiro levanta voo aos comandos do seu avião, a expressão «céu (azul) de brigadeiro» resultou dessa imagem.”
Meu mundo caíuuuuuuuuuuuuu!
Brigadeiro? Aeronáutica? Forças Armadas? Nãoooooooooooo! Toda uma magia se desfez e eu nunca mais serei a mesma, aviso logo.
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O meu céu de brigadeiro não é azul lisinho sem nuvens de jeito nenhum! Não é e não pode ser entendem?! Tá ouvindo bem aí Seu Brigadeiro?! Tô nem aí pra sua patente e se o senhor só levanta vôo em céu sem nuvem, hunf!
O meu céu de brigadeiro vai continuar sendo cheio de nuvens, colorido, açucarado, doce, como o céu do Monet em Vanilla Sky .
As vezes a gente é bem mais feliz na “ignorança” né voinha?
P.S: As fotos foram feitas ontem, o céu nem tava tão lindo, mas como tinha brigadeiro em casa eu lembrei que tinha que contar esse causo procês. ;o)

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